O Aldear assenta num desenvolvimento metodológico integrado e coerente a todos os municípios, regendo-se por uma metodologia comum, íntegra e concertada, aplicada individualmente em cada local de implementação do projeto, por cada uma das equipas artísticas e de mediação envolvidas.
Em cada um dos municípios é aplicada uma metodologia integrada, que culmina com um dia de apresentação final e pública dos processos desenvolvidos com a comunidade, contextualizado num encontro social e comunitário, apto a empoderar o lugar, as pessoas e a comunidade. As etapas metodológicas propostas foram desenvolvidas de forma sequencial, perspetivando a valorização pessoal, comunitária e a potenciação de legado.
Fase 1: Recolha e memória
Todos os projetos têm por base a recolha e a apresentação da tradição oral dos municípios. Com esta base pretende-se valorizar o património imaterial dos lugares e os respetivos agentes de memória. A recolha ativa é a base para a valorização do conhecimento de todos os participantes. A inclusão faz-se através da partilha de conhecimento e do contacto intergeracional. Recolha da tradição oral: lendas, estórias, músicas, episódios e relatos históricos, saberes e sabores.
Fase 2: Capacitação e valorização
Após a fase de recolha, os artistas e grupos desenvolvem projetos participativos com elementos das várias comunidades. Os projetos são desenvolvidos em conjunto, tendo por base as recolhas, bem como as capacidades e interesses dos participantes. Aos artistas compete a orientação artística, a dinamização dos ensaios e a transmissão de competências sociais, de inclusão e participação cívica. Estes projetos têm também como objetivo o aumento das referências artísticas e técnicas de todos os participantes. Aqui pretende-se, a partir dos imaginários locais, criar conteúdos artísticos globais que valorizem e exponenciem as competências dos participantes, encarando a arte e a cultura como vetores de participação social.
Fase 3: Encontro e celebração
Um dia de encontro numa aldeia por município para apresentar o resultado dos projetos desenvolvidos na fase 2. Apesar de os processos artísticos participativos serem um fim em si mesmo, ter momentos de apresentação pública ajuda no reconhecimento das competências adquiridas e na integração dos grupos envolvidos. Os encontros são multidisciplinares, intergeracionais e abertos a todos os públicos. Para além da apresentação do trabalho desenvolvido, estes encontros são também um momento de celebração em comunidade, dinamizado a partir do trabalho contínuo com as equipas artísticas e de mediação envolvidas.
Fase 4: Memória e legado
A memória e o legado são vetores essenciais do sentimento de pertença e do espírito de comunidade. Assim, após a concretização das fases iniciais do projeto, e tendo em consideração a recolha de memórias, processos e imagens de todos os municípios, será desenvolvida uma publicação do projeto, a editar em livro, a distribuir gratuitamente por todos os participantes.
Em cada local de intervenção é desenvolvido um processo artístico e de mediação com a comunidade, orientado por um coletivo artístico profissional especializado em arte participativa, que busca a concretização de cinco objetos artísticos distintos: um percurso artístico, duas oficinas de sabores e duas oficinas de artes.